3 de dezembro de 2007

Dia de merda...

O dia tinha começado mal. Estava constipadissima, não tinha dormido nada de jeito por não poder respirar, e ainda por cima o telemóvel resolveu piar baixinho para me acordar. Ou seja, acordei tarde, só deu tempo de me vestir a correr, engolir um iogurte e sair porta fora. (Eu sem tomar duche de manhã para acordar bem fico com mau feitio. Mesmo.)

Já não estava muito bem disposta quando saí de casa, e pior fiquei quando não conseguia encontrar o carro. Depois de subir a rua, descer a rua, lembro-me que tinha ficado quase em frente da porta de casa, e eu não o tinha visto. O carro não é escuro nem prateado como a maioria dos carros, nem sei como não o vi. Deve ser da constipação, que me estava a afectar as capacidades cognitivas.

O caminho para o trabalho correu bem. Mais nabo, menos besta, consegui desviar-me de todos os obstáculos e chegar ao trabalho sem que nenhum dos outros carros tenha conseguido entrar pela porta do passageiro. Bem que tentaram, mas eu não deixei. Era o que faltava, o carro é meu e só lá entra quem eu deixo!

O dia de trabalho não começou muito bem. As análises que queria fazer... grupe. Já cheguei tarde e alguém tinha ocupado o material antes de mim. Grunf. "Enfim, pelo menos faço as diluições, assim amanhã tenho o trabalho adiantado" pensei eu. Começo a tentar pipetar o conteúdo dum dos reactores, e nada. Estava demasiado denso para pipetar. Tento vazar um bocadinho para um copo, com esperanças de não apanhar nenhum grumo. Mais uma vez, nada de pipetar, mas consegui esvaziar um copo. Uma bela quantidade de bosta de vaca direitinha para as minhas calças. Lindo.

Chateada que nem um peru, levanto-me e começo a limpar as calças e a bancada com papel. Vou à casa de banho tentar limpar um pouco melhor com água e detergente, mas é inútil. Já furiosa, saio disparada direitinha à porta de saida, respondendo com um "vou às compras!" a que me pergunta onde ia a meio da manhã.

Depois de um par de calças novas e as pernas bem lavadas, já me sentia um pouco melhor. Consegui não deixar o carro a tresandar como um estábulo mal limpo, mas perdi a hora de almoço e uma sandes do mac não é refeição. Aliado ao facto de que a constipação estava a actuar em força, fez com que a parte da tarde não fosse nada produtiva. Não conseguia pensar, não me mexia com a agilidade usual, e parecia que estava a ouvir tudo no fundo de um poço. A única coisa boa é que a montanha de ranhoca em constante produção no nariz me impedia de notar no cheiro nauseabundo do laboratório. Ao menos alguma vantagem tinha de ter.

Ainda tinha de fazer as diluições. E continuava com o dilema de a pipeta entupir. Até que uma colega me disse - "Porque não usas as pipetas cortadas?" Duuuuuh! Era óbvio que devia ter feito isso. Já as tinha usado das outras vezes. Porque não me tinha lembrado disso antes? Escusava de ter tomado banho de merda! Em menos de uma hora tinha as diluições feitas e estava despachada.

Só me restava ver o mail, e descobrir que tinha faltado a uma reunião que julgava ser dois dias depois. Não era obrigatório eu ir, mas teria dado jeito ter ido em vez de ver saber os resultados em segunda mão.

Moral da história - quando estou constipada, só me acontece merda.

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